7.1 O arranque da Revolução industrial e o triunfo dos regimes liberais conservadores

Posted: May 4, 2014 in Uncategorized

7.1 Da “Revolução Agrícola” à “Revolução Industrial”

 

A modernização agrícola na Inglaterra e na Holanda

Na Inglaterra e na Holanda, ao longo dos séculos XVII e XVIII, verificou-se um grande desenvolvimento da economia, mas também das ciências e das técnicas. Foram tantas as mudanças na economia e na sociedade que alguns historiadores chamam a este processo Revolução Agrícola:

  1. Revolução agrícola: Conjunto de transformações, na agricultura europeia nos séculos XVII e XVIII, que alterou as técnicas de cultivo e o regime de propriedade, aumentando a produtividade.

Eis as caraterísticas:

  1. A nobreza rural foi autorizada a alargar as suas propriedades, anexando terras comunais (baldios) ou adquirindo terras a pequenos proprietários falidos.
  2. Movimento das enclosures: as grandes propriedades eram vedadas e os seus proprietários exploravam-nas para a agricultura ou criação de gado.
  3. Inovações na agricultura:
    1. Rotação quadrienal das culturas, que permitiu acabar com o pousio.
    2. Drenagem dos pântanos e a melhoria dos solos, misturando marga, argila e cal nos terrenos arenosos.
    3. Introdução de novas culturas como a batata, a beterraba e o milho maís (milho americano).
    4. Seleção de sementes e de animais reprodutores para produção de carne e lã.

 

O aumento demográfico em Inglaterra

Estas inovações fizeram-se sentir sobretudo na Inglaterra, país onde se verificou um grande aumento da produtividade agrícola. Assim, vamos assistir a um aumento demográfico (crescimento natural):

  1. A alimentação das populações tornou-se mais abundante e variada.
  2. Progressos na higiene na medicina.

Contudo, este aumento da população e mecanização da agricultura trouxe novos problemas:

  1. Excesso de mão de obra: êxodo rural.
  2. Crescimento urbano, nem sempre ordenado.

 

A prioridade inglesa (Página 135)

A Revolução Agrícola forneceu capitais, mão de obra e matérias-primas que favoreceram o arranque da Revolução Industrial:

  1. Revolução Industrial: conjunto de transformações técnicas e económicas que tiveram início em Inglaterra e se espalharam gradualmente a vários países da Europa e à América do Norte.

 

Condições políticas, sociais e económicas

A prioridade inglesa apresenta vários aspetos:

  1. Triunfo das ideias liberais: revolução inglesa de 1688.
  2. Nobreza dinâmica e empreendedora. Investiu os lucros obtidos com o comércio colonial e com a agricultura na criação de indústrias.
  3. Capitais investidos na indústria e nos novos mercados, para escoar os produtos, bem como matérias-primas (algodão, por exemplo).
  4. Mecanização da agricultura.
  5. Mão de obra disponível para a indústria.
  6. Sistema financeiro forte: moeda estável, bancos, etc.

 

Condições naturais

A Inglaterra reunia um conjunto de condições naturais que contribuíram para que fosse o primeiro país a industrializar-se:

  1. Tinha muitas matérias-primas e recursos naturais como ferro e hulha (carvão mineral).
  2. Tinham uma vasta rede de comunicações naturais:
    1. Excelentes portos naturais.
    2. Rios e canais navegáveis, aos quais, mais tarde, acrescentaram linhas de caminho de ferro e estradas.

 

A “Idade do vapor” (Página 137)

A máquina a vapor, patenteada por James Watt, em 1769, marca o arranque da primeira fase da industrialização:

  • Produção artificial de energia.
  • Foi aplicada em dois setores: na indústria e nos transportes.

Na indústria:

  • Setor têxtil:
    • Teares mecânicos, por exemplo.
  • Setor metalúrgico (sobretudo a partir de 1830):
    • Produção de máquinas, locomotivas e carris.

 

As alterações no regime de produção

Todos estes progressos técnicos provaram muitas alterações no regime de produção. A manufatura (trabalho manual) foi substituída pela maquinofatura:

  • Artesanato foi sendo gradualmente substituído pela indústria.
  • As oficinas foram substituídas pelas fábricas.
  • Artesão especializado deu lugar ao operário, trabalhador que não precisava de quaisquer qualificações.
  • Desvalorização do trabalho, o qual se tornou repetitivo e mecanizado.
  • Mulheres e crianças passaram a ser utilizadas como mão de obra mais barata.

As condições de trabalho e de vida degradaram-se muito nas cidades. Deu origem às revoltas luditas:

  • Revoltas luditas: termo deriva Ned Ludd, um dos líderes destes movimentos, que se opõem à industrialização intensa ou a novas tecnologias, por estas desvalorizarem o trabalho humano.

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