Imagens Retiradas do Manual de História da Porto Editora – Estão aqui Como esquema.
O Renascimento e a formação de uma nova mentalidade
Consequências da Expansão: Ideias e mitos da Idade Média são postos em causa:
- Desvalorização do Teocentrismo (Deus no centro do Mundo).
- Valorização do Antropocentrismo (Homem no centro do Mundo).
Renascimento: Movimento cultural que marcou a Europa nos séculos XV e XVI:
- Valorização das capacidades do ser humano.
- Regresso (“renascer”) aos valores artísticos e literários da Antiguidade Clássica.
Principais cidades:
- Florença; Génova; Milão.
Itália berço do Renascimento:
- Riqueza das cidades italianas.
- Mecenato.
- Muitos sábios gregos e bizantinos que preservaram a cultura clássica.
- Escolas de Arte e universidades.
- Vestígios e monumentos romanos: inspiração artística.,,
Novos valores da mentalidade renascentista:
- Humanismo: valorização da cultura clássica e das capacidades do ser humano.
- Classicismo: Regresso aos valores da Antiguidade Clássica (Gregos e Romanos)
- Individualismo: valorização das qualidades individuais de cada um.
- Espírito Crítico: valorizava da razão e o pensamento sobre mitos e superstições.
- “Homem Ideal”: Boa formação cívica, intelectual e física, uma formação integral.
- Conhecimento deve ser confirmado pela experiência e da razão.
- Heliocentrismo: Teoria defendida por Copérnico segundo a qual o Sol é uma estrela fixa, em volta da qual giram os planetas.
O Humanismo e a renovação literária (página 63)
- Erasmo de Roterdão (“Elogio da Loucura”): crítica, de forma irónica, a corrupção do clero, reis, cortesãos e mercadores, apelando à recuperação de valores como a humildade, caridade e fraternidade.
- Thomas More (“Utopia”): inspirado nas ideias do filósofo grego Platão. Idealiza um reino-ilha cuja sociedade funcionava de modo justo e perfeito.
- Itália:
- Petrarca; Pico della Mirandola; Nicolau Maquiavel.
- Inglaterra:
- William Shakespeare (“Romeu e Julieta”)
- Espanha:
- Cervantes
- Portugal:
- Luís de Camões; Sá de Miranda; Damião de Góis (historiador); Joana Vaz; Irmãs Luísa e Ângela Sigea.
- França:
- Rabelais: criticou o seu tempo e outros autores.
- Montaigne: valor da cultura, defendendo que o mais importante devia ser a capacidade de saber julgar e duvidar, até mesmo da autoridade dos Antigos.
A difusão das ideias do Renascimento
Esta grande produção literária foi beneficiada por uma invenção da época: a imprensa.
- Esta técnica veio substituir a cópia manual de livros.
- Inventada por Gutenberg, em 1455.
- Livros mais baratos e em maior quantidade.
- Maior capacidade de difusão dos conhecimentos.
A arte do Renascimento (página 65)
As mudanças que se verificaram na Europa nos séculos XV e XVI refletiram-se na arte. Os artistas pretendiam:
- Quebrar com a tradição medieval.
- Retorno aos valores da arte clássica.
Caraterísticas da arte renascentista:
- Classicismo:
- Arte clássica: com regresso à apresentação do nu e aos temas mitológicos.
- Valores humanistas na arte: ”O Homem é a medida de todas as coisas”.
- Novas soluções técnicas:
- Perspetiva: preocupação com rigor e perfeição.
- Criação de cânones: regras e proporções para a construção de edifícios, esculturas e pinturas.
- Harmonia, equilíbrio e ordem: presentes na arquitetura, na escultura e na pintura.
A arquitetura renascentista
A arquitetura renascentista aplica um conjunto de elementos inspirados nas construções clássicas, sobretudo nas romanas (monumentalidade dos edifícios, uso do arco redondo das cúpulas e sobreposição de ordens).
As principais caraterísticas são:
- Uso de arcos de volta perfeita ou redondos.
- Utilização de cúpulas e de coberturas em abóboda de berço.
- Aplicação de frontões triangulares nas fachadas.
- Uso de colunas e pilastras com capitéis clássicos (ordens dórica, jónica e coríntia).
- Uso de cornijas e balaústres a coroar os terraços.
- Impressão de horizontalidade nas construções.
A escultura renascentista
- Rigor anatómico (estudos de medicina e mudança de mentalidade).
- Gosto pelo nu: desejo de representar a perfeição do corpo humano.
- Naturalismo e realismo: as figuras são representadas o mais semelhantes possível com a realidade.
- Proporcionalidade: as esculturas podem atingir grandes dimensões, mas respeitam sempre as proporções do corpo humano (os “cânones”)
- Composições geométricas: as esculturas “inserem-se” em formas geométricas como pirâmides, quadrados ou rectângulos.
- Escultores mais famosos: Andrea Verrochio, Donatello, Miguel Ângelo
A pintura renascentista
O Renascimento foi um dos períodos mais ricos da pintura na Europa, tendo-se aplicado novas técnicas e novas formas de representação da realidade.
Os principais temas são:
- Mitologia.
- Religião.
- Retratos.
Os principais artistas são:
- Itália:
- Leonardo da Vinci.
- Miguel Ângelo.
- Flandres:
- Van Eyck.
- Jerónimo Bosch.
- Espanha:
- El Greco.
- Alemanha:
- Durer e Holbein.
- Portugal:
- Nuno Gonçalves.
As principais caraterísticas são:
- Pintura a óleo.
- Perspetiva: representação da terceira dimensão (profundidade).
- Técnica do “sfumato”: envolvendo as figuras mais afastadas numa espécie de névoa.
- Realismo e naturalidade das figuras.
- Proporcionalidade: das formas (aplicação de cânones).
A arte manuelina (Página 69)
Em Portugal, os séculos XV e XVI ficaram marcados pela permanência de formas e modelos da arte gótica. No reinado de D. Manuel I desenvolveu-se, em Portugal, um tipo de decoração arquitetónica, que ficou conhecido por arte manuelina. Elementos decorativos utilizados no Manuelino ligam-se ao contexto dos Descobrimentos e de afirmação do país:
- Elementos marítimos: redes, conchas e barcos.
- Símbolos nacionais: esfera armilar, cruz da Ordem de Cristo, escudo real.
- Elementos naturalistas: raízes, troncos, folhagens.
Os principais edifícios com elementos do Manuelino são:
- Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
- Torre de Belém, Lisboa.
- Convento de Cristo, em Tomar.
- Convento de Jesus, em Setúbal.
A arte renascentista em Portugal
A arte renascentista em Portugal foi mais tardia, só se desenvolveu no reinado de D. João III (1521-1557).
Alguns dos monumentos mais representativos são:
- Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar.
- Igreja da Graça, em Évora.
- Claustros do Convento de Cristo, em Tomar.
- Claustros do Convento da Assunção, em Faro.
- Sés de Miranda, Portalegre, Leira.
A pintura e a escultura renascentista:
- Pintura: influência de pintores flamengos (Portugal tinha uma feitoria na Flandres).
- Escultura e artes decorativas: fortes influências italianas.
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O Renascimento e a formação de uma nova mentalidade
Consequências da Expansão: confronto com novas realidades e novas formas de pensar. Muitas ideias e mitos que marcaram a mentalidade dos Europeu na Idade Média foram postos em causa.
Assim, a Europa passou por um movimento de:
- Renascimento: Movimento cultural que marcou a Europa nos séculos XV e XVI. Carateriza-se pela valorização das capacidades do ser humano e pelo regresso (“renascer”) aos valores artísticos e literários da Antiguidade Clássica.
Este renascer da cultura clássica (grega e romana) pretendia:
- Quebrar a tradição medieval que colocava Deus no centro do Universo e do pensamento – o teocentrismo
- Nova visão do ser humano e do Mundo em que, sem abandonar a crença em Deus, o ser humano passa a ser o centro do pensamento e das preocupações, sendo valorizado pelas suas capacidades. Esta nova visão do mundo ficou conhecido por antropocentrismo (Anthropos significa Homem em grego).
Itália: o berço do Renascimento
O Renascimento iniciou-se nas repúblicas italianas mais ricas da época:
- Florença.
- Génova.
- Milão.
Renascer da cultura clássica começou então em Itália. Eis os motivos:
- Riqueza destas cidades italianas e a prática do mecenato, muito comum entre príncipes e burgueses.
- Presença, em Itália, de sábios gregos e bizantinos que preservaram a cultura clássica.
- Existência de importantes escolas de Arte e universidades.
- Presença de muitos vestígios e monumentos romanos: inspiração artística.
Em Portugal, as ideias do Renascimento chegaram um pouco mais tarde. O reino estava muito envolvido na expansão marítima e a sua arte vai refletir isso mesmo.
Os novos valores da mentalidade renascentista (Página 61)
Os intelectuais europeus dos séculos XV e XVI interessavam-se pela cultura clássica e valorizaram as capacidades do ser humano. Esta nova forma de entender o mundo e a vida ficou conhecida por humanismo.
A mentalidade renascentista foi também marcada por outros valores como:
- Classicismo: defendia o regresso aos valores da Antiguidade Clássica, copiando e interpretando os temas e as formas da literatura e da arte greco-romanas.
- Individualismo: cada pessoa devia valorizar-se pelas suas qualidades e atos, com um grande desejo de fama e glória.
- Espírito Crítico: valorizava a razão e o pensamento, pondo em causa os dogmas e o saber livresco.
- “Homem Ideal”: Boa formação cívica, intelectual e física. Devia saber estar à mesa, ser cordial, ser simultaneamente um poeta, um erudito e um guerreiro. Exemplos desta formação integral temos: Leonardo da Vinci e Leon Batista Alberti.
A valorização da experiência
Os Humanistas defendiam que todo o conhecimento devia ser confirmado pela experiência e pela razão. A observação da Natureza e a valorização da experiência contribuíram para o desenvolvimento de muitas ciências, porque abriram caminho a muitas descobertas. Uma das maios importantes descobertas:
- Heliocentrismo: Teoria defendida por Copérnico segundo a qual o Sol é uma estrela fixa, em volta da qual giram os planetas.
- Geocentrismo (anterior): a Terra era o centro do universo.
O Humanismo e a renovação literária (página 63)
O interesse pela Antiguidade Clássica levou os humanistas a restaurarem, traduzirem e comentarem muitas obras. Assim, nos séculos XV e XVI houve uma renovação literária. Eis os autores mais importantes:
- Erasmo de Roterdão (“Elogio da Loucura”): crítica, de forma irónica, a corrupção do clero, reis, cortesãos e mercadores, apelando à recuperação de valores como a humildade, caridade e fraternidade.
- Thomas More (“Utopia”): inspirado nas ideias do filósofo grego Platão. Idealiza um reino-ilha cuja sociedade funcionava de modo justo e perfeito.
- Itália:
- Petrarca.
- Pico della Mirandola.
- Baltasar Catiglione.
- Nicolau Maquiavel.
- Inglaterra:
- William Shakespeare (“Romeu e Julieta”)
- Espanha:
- Cervantes
- Portugal:
- Luís de Camões.
- Sá de Miranda.
- Damião de Góis (historiador).
- Joana Vaz.
- Irmãs Luísa e Ângela Sigea.
- França:
- Rabelais: criticou o seu tempo e outros autores.
- Montaigne: valor da cultura, defendendo que o mais importante devia ser a capacidade de saber julgar e duvidar, até mesmo da autoridade dos Antigos.
A difusão das ideias do Renascimento
Esta grande produção literária foi beneficiada por uma invenção da época: a imprensa.
- Esta técnica veio substituir a cópia manual de livros.
- Inventada por Gutenberg, em 1455.
- Livros mais baratos e em maior quantidade.
- Maior capacidade de difusão dos conhecimentos.
A arte do Renascimento (página 65)
As mudanças que se verificaram na Europa nos séculos XV e XVI refletiram-se na arte. Os artistas pretendiam:
- Quebrar com a tradição medieval.
- Retorno aos valores da arte clássica.
Caraterísticas da arte renascentista:
- Classicismo:
- Arte clássica: com regresso à apresentação do nu e aos temas mitológicos.
- Valores humanistas na arte: ”O Homem é a medida de todas as coisas”.
- Novas soluções técnicas:
- Perspetiva: preocupação com rigor e perfeição.
- Criação de cânones: regras e proporções para a construção de edifícios, esculturas e pinturas.
- Harmonia, equilíbrio e ordem: presentes na arquitetura, na escultura e na pintura.
A arquitetura renascentista
A arquitetura renascentista aplica um conjunto de elementos inspirados nas construções clássicas, sobretudo nas romanas (monumentalidade dos edifícios, uso do arco redondo das cúpulas e sobreposição de ordens).
As principais caraterísticas são:
- Uso de arcos de volta perfeita ou redondos.
- Utilização de cúpulas e de coberturas em abóboda de berço.
- Aplicação de frontões triangulares nas fachadas.
- Uso de colunas e pilastras com capitéis clássicos (ordens dórica, jónica e coríntia).
- Uso de cornijas e balaústres a coroar os terraços.
- Impressão de horizontalidade nas construções.
A escultura renascentista
A escultura renascentista inspirou-se nos modelos clássicos:
- Ao contrário do que acontecia na escultura da Idade Média, o corpo humano é agora apresentado com rigor anatómico (estudos de medicina e mudança de mentalidade).
- Gosto pelo nu: desejo de representar a perfeição do corpo humano.
- Escultura deixa de ser apenas um elemento decorativo da arquitetura e passa a ter valor por si mesma.
- Escultores mais famosos: Andrea Verrochio, Donatello, Miguel Ângelo.
Eis as caraterísticas principais:
- Naturalismo e realismo: as figuras são representadas o mais semelhantes possível com a realidade.
- Proporcionalidade: as esculturas podem atingir grandes dimensões, mas respeitam sempre as proporções do corpo humano (os “cânones”).
- Composições geométricas: as esculturas “inserem-se” em formas geométricas como pirâmides, quadrados ou rectângulos
A pintura renascentista
O Renascimento foi um dos períodos mais ricos da pintura na Europa, tendo-se aplicado novas técnicas e novas formas de representação da realidade.
Os principais temas são:
- Cenas da mitologia.
- Temas religiosos.
- Pintura de retratos.
Os principais artistas são:
- Itália:
- Leonardo da Vinci.
- Miguel Ângelo.
- Flandres:
- Van Eyck.
- Jerónimo Bosch.
- Espanha:
- El Greco.
- Alemanha:
- Durer e Holbein.
- Portugal:
- Nuno Gonçalves.
As principais caraterísticas são:
- Pintura a óleo.
- Perspetiva: representação da terceira dimensão (profundidade).
- Técnica do “sfumato”: envolvendo as figuras mais afastadas numa espécie de névoa.
- Realismo e naturalidade das figuras.
- Proporcionalidade: das formas (aplicação de cânones).
A arte manuelina (Página 69)
Em Portugal, os séculos XV e XVI ficaram marcados pela permanência de formas e modelos da arte gótica. No reinado de D. Manuel I desenvolveu-se, em Portugal, um tipo de decoração arquitetónica, que ficou conhecido por arte manuelina. Elementos decorativos utilizados no Manuelino ligam-se ao contexto dos Descobrimentos e de afirmação do país:
- Elementos marítimos: redes, conchas e barcos.
- Símbolos nacionais: esfera armilar, cruz da Ordem de Cristo, escudo real.
- Elementos naturalistas: raízes, troncos, folhagens.
Os principais edifícios com elementos do Manuelino são:
- Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
- Torre de Belém, Lisboa.
- Convento de Cristo, em Tomar.
- Convento de Jesus, em Setúbal.
A arte renascentista em Portugal
A arte renascentista em Portugal foi mais tardia, só se desenvolveu no reinado de D. João III (1521-1557).
Alguns dos monumentos mais representativos são:
- Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar.
- Igreja da Graça, em Évora.
- Claustros do Convento de Cristo, em Tomar.
- Claustros do Convento da Assunção, em Faro.
- Sés de Miranda, Portalegre, Leira.
A pintura e a escultura renascentista:
- Pintura: influência de pintores flamengos (Portugal tinha uma feitoria na Flandres).
- Escultura e artes decorativas: fortes influências italianas.
A crise na Igreja Católica (página 71)
Durante a Idade Média e até ao século XVI, a Igreja Católica detinha muito poder na Europa. Mas as grandes mudanças que marcaram os séculos XV e XVI também se estenderam à Igreja.
O avanço dos conhecimentos científicos e o espírito crítico de humanistas teve um grande impacto na Igreja:
- Itália: Savonarola.
- Inglaterra: João Huss.
- Europa Central: Erasmo de Roterdão.
Estes humanistas criticavam aspetos como:
- Constante interferência da Igreja e dos papas em assuntos políticos e económicos.
- Atitudes de membros do clero que tinham, muitas vezes, comportamentos pouco dignos para membros da Igreja, levando uma vida imoral, de luxo e corrupção, muito diferente dos princípios religiosos que pregavam.
- Falta de vocação e de formação religiosa de alguns membros do clero.
Em 1513, as críticas à Igreja Católica aumentaram com a questão da “Bula das Indulgências”:
- Papa Leão X, para conseguir dinheiro para completar a Capela Sistina, no Vaticano, publicou a dita Bula, documento assinado pelo Papa no qual, em troca de um pagamento, era perdoada a penitência pelos pecados cometidos.
Martinho Lutero e a Reforma Protestante
Em 1517, um monge alemão, Martinho Lutero, afixou, na porta da catedral da sua cidade, Wittemberg, uma lista com:
- “95 Teses contra as Indulgências”: defendia que cabia a Deus, e não ao Papa, perdoar os pecados.
A reação da Igreja foi imediata:
- Lutero foi excomungado. Só não foi condenado à morte na fogueira porque conseguiu a proteção de príncipes alemães, que viram nesta atitude de Lutero uma forma de diminuir o poder do Papa.
Lutero estendeu as suas críticas à doutrina e às práticas da Igreja Católica e deu início a um movimento de rutura religiosa, que ficou conhecido por Reforma Protestante:
- Reforma Protestante: Movimento de reforma da Igreja, iniciado no século XVI por Lutero, que levou à divisão da Igreja Católica Romana, dando origem a novas igrejas cristãs: Luterana, Calvinista e Anglicana.
A Igreja Luterana (Página 73)
Os princípios fundamentais são:
- Salvação pela fé.
- Leitura da Bíblia.
- Recusa da autoridade do Papa, cada rei ou príncipe assume-se como chefe religioso do seu território.
Esta nova religião, com o apoio dos príncipes e reis da Europa do Norte e Centro, rapidamente se estendeu para outras regiões.
Em fim do século XVI:
- Países do Norte e Centro: maioritariamente protestantes.
- Países do Sul: continuavam católicos.
A Igreja Calvinista
Fundada por João Calvino, teve de fugir para Genebra para iniciar a nova doutrina.
Tem aspetos muito semelhantes com a Igreja Luterana, exceto a sua ideia mais forte:
- Teoria da predestinação: o destino de cada pessoa é definido por Deus, que quer a condenação de algumas pessoas e a salvação de outras.
A Igreja Anglicana
Fundada por Henrique VIII, em 1534, na Inglaterra.
Este rei rompeu com a Santa Sé por razões mais pessoais e económicas do que propriamente religiosas:
- Papa recusou anular o casamento do rei com a sua primeira esposa. Henrique VIII, desrespeitando a decisão do Papa, voltou-se a casar e fez aprovar, no Parlamento Inglês, o Ato de Supremacia (1534), ou seja, o rei passou a ser o chefe da Igreja inglesa, independente de Roma.
Os seus princípios são semelhantes aos do catolicismo, dando origem a confrontos entre católicos e protestantes.
A Reforma Católica (Página 75)
Face ao avanço do protestantismo, a Igreja Católica iniciou um movimento de renovação interna, a Reforma Católica, mas também de combate às ideias protestantes, a Contrarreforma.
Entre 1545 e 1563, o Papa reuniu um concílio na cidade italiana de Trento para analisar as críticas que eram feitas à Igreja Católica. Assim, no Concílio de Trento, não foram tomadas grandes alterações:
- Foram reafirmados os dogmas (verdades indiscutíveis) da fé católica.
- Reforçado o culto aos santos e à Virgem Maria.
- Mantiveram-se os 7 sacramentos.
Medidas para reformar os costumes do clero:
- Seminários para a formação dos membros do clero.
- Proibiu-se a acumulação de cargos religiosos.
- Bispos e sacerdotes foram obrigados a residirem nas suas dioceses e paróquias.
- Manteve-se a exigência do celibato.
- Construíram e renovaram igrejas com decorações ricas e faustosas, para cativarem os fiéis.
Para reforçar estas medidas, foram criadas novas ordens religiosas:
- Companhia de Jesus (1540 – Jesuítas): jesuítas dedicavam-se à pregação e ao ensino, tendo desenvolvido um importante papel na evangelização dos povos ameríndios e asiáticos.
A Contrarreforma
Para travar o avanço do protestantismo, a Igreja Católica desenvolveu um movimento de Contrarreforma, que ficou marcado pela reativação e reforço dos poderes da Inquisição e pela criação do Index.
- A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício (já existia desde o século XII): tribunal eclesiástico, cuja função era julgar os acusados de práticas de bruxaria, judaísmo e protestantismo. Quando condenadas, eram geralmente mortas na fogueira, em cerimónias conhecidas como autos de fé.
- Index: controlo da cultura. Censura e proibição de leituras consideradas contrárias à religião.
A ação da inquisição em Portugal (Página 77)
Portugal e Espanha tinham uma situação social e religiosa diferente dos países do Centro e Norte da Europa. Eis os motivos:
- A Inquisição pretendia lutar contra todas as heresias e manter a pureza da fé católica.
- Protestantismo teve fraca implantação na Península Ibérica.
- Os principais alvos da inquisição aqui foram: judeus, muçulmanos e cristãos-novos.
- Judeus/mouros:
- Expulsos de Espanha pelos Reis Católicos em 1492.
- Expulsos de Portugal em 1496. No entanto, os que não abandonaram o país:
- foram obrigados a batizarem-se e a converterem-se ao cristianismo, passando a ser cristãos-novos.
- Ficaram isolados em judiarias (tal como acontecia desde a reconquista com os mouros, isolados nas mourarias).
- Controlados e perseguidos pela Inquisição (reativada por D. João III em 1536)
- Cristãos-novos:
- Não eram bem aceites por uma parte da nobreza e da burguesia, que viam neles fortes rivais no comércio.
- A população em geral considerava-os hereges, que viviam do empréstimo de dinheiro a juro.
- Por motivos religiosos, ideológicos ou intelectuais, muitas foram as razões que levaram à condenação de cristãos-novos pela Inquisição e à sua execução, em aparatosas cerimónias de autos-de-fé.
O controlo da Cultura
A perseguição não se limitou aos comerciantes. Muitos intelectuais e artistas portugueses aderiram ao Humanismo e desenvolveram conhecimentos científicos que afrontavam as ideias estabelecidas pela Igreja, tendo muitos de fugir para países protestantes.
A cultura em Portugal foi muito afetada pela ação do Índex e da censura inquisitorial.