5.2 Renascimento, Reforma e Contrarreforma

Posted: May 4, 2014 in Uncategorized

Renascimento

Reforma e Contra Reforma.jpg

Imagens Retiradas do Manual de História da Porto Editora – Estão aqui Como esquema.

O Renascimento e a formação de uma nova mentalidade

Consequências da Expansão: Ideias e mitos da Idade Média são postos em causa:

  • Desvalorização do Teocentrismo (Deus no centro do Mundo).
  • Valorização do Antropocentrismo (Homem no centro do Mundo).

Renascimento: Movimento cultural que marcou a Europa nos séculos XV e XVI:

  • Valorização das capacidades do ser humano.
  • Regresso (“renascer”) aos valores artísticos e literários da Antiguidade Clássica.

Principais cidades:

  • Florença; Génova; Milão.

Itália berço do Renascimento:

  1. Riqueza das cidades italianas.
  2. Mecenato.
  3. Muitos sábios gregos e bizantinos que preservaram a cultura clássica.
  4. Escolas de Arte e universidades.
  5. Vestígios e monumentos romanos: inspiração artística.,,

Novos valores da mentalidade renascentista:

  1. Humanismo: valorização da cultura clássica e das capacidades do ser humano.
  2. Classicismo: Regresso aos valores da Antiguidade Clássica (Gregos e Romanos)
  3. Individualismo: valorização das qualidades individuais de cada um.
  4. Espírito Crítico: valorizava da razão e o pensamento sobre mitos e superstições.
  5. “Homem Ideal”: Boa formação cívica, intelectual e física, uma formação integral.
  6. Conhecimento deve ser confirmado pela experiência e da razão.
  7. Heliocentrismo: Teoria defendida por Copérnico segundo a qual o Sol é uma estrela fixa, em volta da qual giram os planetas.

O Humanismo e a renovação literária (página 63)

  1. Erasmo de Roterdão (“Elogio da Loucura”): crítica, de forma irónica, a corrupção do clero, reis, cortesãos e mercadores, apelando à recuperação de valores como a humildade, caridade e fraternidade.
  2. Thomas More (“Utopia”): inspirado nas ideias do filósofo grego Platão. Idealiza um reino-ilha cuja sociedade funcionava de modo justo e perfeito.
  3. Itália:
    1. Petrarca; Pico della Mirandola; Nicolau Maquiavel.
  4. Inglaterra:
    1. William Shakespeare (“Romeu e Julieta”)
  5. Espanha:
    1. Cervantes
  6. Portugal:
    1. Luís de Camões; Sá de Miranda; Damião de Góis (historiador); Joana Vaz; Irmãs Luísa e Ângela Sigea.
  7. França:
    1. Rabelais: criticou o seu tempo e outros autores.
    2. Montaigne: valor da cultura, defendendo que o mais importante devia ser a capacidade de saber julgar e duvidar, até mesmo da autoridade dos Antigos.

A difusão das ideias do Renascimento

Esta grande produção literária foi beneficiada por uma invenção da época: a imprensa.

  1. Esta técnica veio substituir a cópia manual de livros.
  2. Inventada por Gutenberg, em 1455.
  3. Livros mais baratos e em maior quantidade.
    1. Maior capacidade de difusão dos conhecimentos.

 

A arte do Renascimento (página 65)

As mudanças que se verificaram na Europa nos séculos XV e XVI refletiram-se na arte. Os artistas pretendiam:

  1. Quebrar com a tradição medieval.
  2. Retorno aos valores da arte clássica.

Caraterísticas da arte renascentista:

  1. Classicismo:
    1. Arte clássica: com regresso à apresentação do nu e aos temas mitológicos.
    2. Valores humanistas na arte: ”O Homem é a medida de todas as coisas”.
  2. Novas soluções técnicas:
    1. Perspetiva: preocupação com rigor e perfeição.
  3. Criação de cânones: regras e proporções para a construção de edifícios, esculturas e pinturas.
  4. Harmonia, equilíbrio e ordem: presentes na arquitetura, na escultura e na pintura.

A arquitetura renascentista

A arquitetura renascentista aplica um conjunto de elementos inspirados nas construções clássicas, sobretudo nas romanas (monumentalidade dos edifícios, uso do arco redondo das cúpulas e sobreposição de ordens).

As principais caraterísticas são:

  1. Uso de arcos de volta perfeita ou redondos.
  2. Utilização de cúpulas e de coberturas em abóboda de berço.
  3. Aplicação de frontões triangulares nas fachadas.
  4. Uso de colunas e pilastras com capitéis clássicos (ordens dórica, jónica e coríntia).
  5. Uso de cornijas e balaústres a coroar os terraços.
  6. Impressão de horizontalidade nas construções.

A escultura renascentista

  1. Rigor anatómico (estudos de medicina e mudança de mentalidade).
  2. Gosto pelo nu: desejo de representar a perfeição do corpo humano.
  3. Naturalismo e realismo: as figuras são representadas o mais semelhantes possível com a realidade.
  4. Proporcionalidade: as esculturas podem atingir grandes dimensões, mas respeitam sempre as proporções do corpo humano (os “cânones”)
  5. Composições geométricas: as esculturas “inserem-se” em formas geométricas como pirâmides, quadrados ou rectângulos.
  6. Escultores mais famosos: Andrea Verrochio, Donatello, Miguel Ângelo

 

A pintura renascentista

O Renascimento foi um dos períodos mais ricos da pintura na Europa, tendo-se aplicado novas técnicas e novas formas de representação da realidade.

Os principais temas são:

  • Mitologia.
  • Religião.
  • Retratos.

Os principais artistas são:

  • Itália:
    • Leonardo da Vinci.
    • Miguel Ângelo.
  • Flandres:
    • Van Eyck.
    • Jerónimo Bosch.
  • Espanha:
    • El Greco.
  • Alemanha:
    • Durer e Holbein.
  • Portugal:
    • Nuno Gonçalves.

As principais caraterísticas são:

  1. Pintura a óleo.
  2. Perspetiva: representação da terceira dimensão (profundidade).
  3. Técnica do “sfumato”: envolvendo as figuras mais afastadas numa espécie de névoa.
  4. Realismo e naturalidade das figuras.
  5. Proporcionalidade: das formas (aplicação de cânones).

A arte manuelina (Página 69)

Em Portugal, os séculos XV e XVI ficaram marcados pela permanência de formas e modelos da arte gótica. No reinado de D. Manuel I desenvolveu-se, em Portugal, um tipo de decoração arquitetónica, que ficou conhecido por arte manuelina. Elementos decorativos utilizados no Manuelino ligam-se ao contexto dos Descobrimentos e de afirmação do país:

  1. Elementos marítimos: redes, conchas e barcos.
  2. Símbolos nacionais: esfera armilar, cruz da Ordem de Cristo, escudo real.
  3. Elementos naturalistas: raízes, troncos, folhagens.

Os principais edifícios com elementos do Manuelino são:

  1. Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
  2. Torre de Belém, Lisboa.
  3. Convento de Cristo, em Tomar.
  4. Convento de Jesus, em Setúbal.

 

A arte renascentista em Portugal

A arte renascentista em Portugal foi mais tardia, só se desenvolveu no reinado de D. João III (1521-1557).

Alguns dos monumentos mais representativos são:

  1. Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar.
  2. Igreja da Graça, em Évora.
  3. Claustros do Convento de Cristo, em Tomar.
  4. Claustros do Convento da Assunção, em Faro.
  5. Sés de Miranda, Portalegre, Leira.

A pintura e a escultura renascentista:

  1. Pintura: influência de pintores flamengos (Portugal tinha uma feitoria na Flandres).
  2. Escultura e artes decorativas: fortes influências italianas.

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O Renascimento e a formação de uma nova mentalidade

Consequências da Expansão: confronto com novas realidades e novas formas de pensar. Muitas ideias e mitos que marcaram a mentalidade dos Europeu na Idade Média foram postos em causa.

Assim, a Europa passou por um movimento de:

  • Renascimento: Movimento cultural que marcou a Europa nos séculos XV e XVI. Carateriza-se pela valorização das capacidades do ser humano e pelo regresso (“renascer”) aos valores artísticos e literários da Antiguidade Clássica.

Este renascer da cultura clássica (grega e romana) pretendia:

  • Quebrar a tradição medieval que colocava Deus no centro do Universo e do pensamento – o teocentrismo
  • Nova visão do ser humano e do Mundo em que, sem abandonar a crença em Deus, o ser humano passa a ser o centro do pensamento e das preocupações, sendo valorizado pelas suas capacidades. Esta nova visão do mundo ficou conhecido por antropocentrismo (Anthropos significa Homem em grego).

 

Itália: o berço do Renascimento

O Renascimento iniciou-se nas repúblicas italianas mais ricas da época:

  • Florença.
  • Génova.
  • Milão.

Renascer da cultura clássica começou então em Itália. Eis os motivos:

  1. Riqueza destas cidades italianas e a prática do mecenato, muito comum entre príncipes e burgueses.
  2. Presença, em Itália, de sábios gregos e bizantinos que preservaram a cultura clássica.
  3. Existência de importantes escolas de Arte e universidades.
  4. Presença de muitos vestígios e monumentos romanos: inspiração artística.

Em Portugal, as ideias do Renascimento chegaram um pouco mais tarde. O reino estava muito envolvido na expansão marítima e a sua arte vai refletir isso mesmo.

Os novos valores da mentalidade renascentista (Página 61)

Os intelectuais europeus dos séculos XV e XVI interessavam-se pela cultura clássica e valorizaram as capacidades do ser humano. Esta nova forma de entender o mundo e a vida ficou conhecida por humanismo.

A mentalidade renascentista foi também marcada por outros valores como:

  1. Classicismo: defendia o regresso aos valores da Antiguidade Clássica, copiando e interpretando os temas e as formas da literatura e da arte greco-romanas.
  2. Individualismo: cada pessoa devia valorizar-se pelas suas qualidades e atos, com um grande desejo de fama e glória.
  3. Espírito Crítico: valorizava a razão e o pensamento, pondo em causa os dogmas e o saber livresco.
  4. “Homem Ideal”: Boa formação cívica, intelectual e física. Devia saber estar à mesa, ser cordial, ser simultaneamente um poeta, um erudito e um guerreiro. Exemplos desta formação integral temos: Leonardo da Vinci e Leon Batista Alberti.

A valorização da experiência

Os Humanistas defendiam que todo o conhecimento devia ser confirmado pela experiência e pela razão. A observação da Natureza e a valorização da experiência contribuíram para o desenvolvimento de muitas ciências, porque abriram caminho a muitas descobertas. Uma das maios importantes descobertas:

  • Heliocentrismo: Teoria defendida por Copérnico segundo a qual o Sol é uma estrela fixa, em volta da qual giram os planetas.
  • Geocentrismo (anterior): a Terra era o centro do universo.

O Humanismo e a renovação literária (página 63)

O interesse pela Antiguidade Clássica levou os humanistas a restaurarem, traduzirem e comentarem muitas obras. Assim, nos séculos XV e XVI houve uma renovação literária. Eis os autores mais importantes:

  1. Erasmo de Roterdão (“Elogio da Loucura”): crítica, de forma irónica, a corrupção do clero, reis, cortesãos e mercadores, apelando à recuperação de valores como a humildade, caridade e fraternidade.
  2. Thomas More (“Utopia”): inspirado nas ideias do filósofo grego Platão. Idealiza um reino-ilha cuja sociedade funcionava de modo justo e perfeito.
  3. Itália:
    1. Petrarca.
    2. Pico della Mirandola.
    3. Baltasar Catiglione.
    4. Nicolau Maquiavel.
  4. Inglaterra:
    1. William Shakespeare (“Romeu e Julieta)
  5. Espanha:
    1. Cervantes
  6. Portugal:
    1. Luís de Camões.
    2. Sá de Miranda.
    3. Damião de Góis (historiador).
    4. Joana Vaz.
    5. Irmãs Luísa e Ângela Sigea.
  7. França:
    1. Rabelais: criticou o seu tempo e outros autores.
    2. Montaigne: valor da cultura, defendendo que o mais importante devia ser a capacidade de saber julgar e duvidar, até mesmo da autoridade dos Antigos.

A difusão das ideias do Renascimento

Esta grande produção literária foi beneficiada por uma invenção da época: a imprensa.

  1. Esta técnica veio substituir a cópia manual de livros.
  2. Inventada por Gutenberg, em 1455.
  3. Livros mais baratos e em maior quantidade.
    1. Maior capacidade de difusão dos conhecimentos.

 

A arte do Renascimento (página 65)

As mudanças que se verificaram na Europa nos séculos XV e XVI refletiram-se na arte. Os artistas pretendiam:

  1. Quebrar com a tradição medieval.
  2. Retorno aos valores da arte clássica.

Caraterísticas da arte renascentista:

  1. Classicismo:
    1. Arte clássica: com regresso à apresentação do nu e aos temas mitológicos.
    2. Valores humanistas na arte: ”O Homem é a medida de todas as coisas”.
  2. Novas soluções técnicas:
    1. Perspetiva: preocupação com rigor e perfeição.
  3. Criação de cânones: regras e proporções para a construção de edifícios, esculturas e pinturas.
  4. Harmonia, equilíbrio e ordem: presentes na arquitetura, na escultura e na pintura.

A arquitetura renascentista

A arquitetura renascentista aplica um conjunto de elementos inspirados nas construções clássicas, sobretudo nas romanas (monumentalidade dos edifícios, uso do arco redondo das cúpulas e sobreposição de ordens).

As principais caraterísticas são:

  1. Uso de arcos de volta perfeita ou redondos.
  2. Utilização de cúpulas e de coberturas em abóboda de berço.
  3. Aplicação de frontões triangulares nas fachadas.
  4. Uso de colunas e pilastras com capitéis clássicos (ordens dórica, jónica e coríntia).
  5. Uso de cornijas e balaústres a coroar os terraços.
  6. Impressão de horizontalidade nas construções.

A escultura renascentista

A escultura renascentista inspirou-se nos modelos clássicos:

  1. Ao contrário do que acontecia na escultura da Idade Média, o corpo humano é agora apresentado com rigor anatómico (estudos de medicina e mudança de mentalidade).
  2. Gosto pelo nu: desejo de representar a perfeição do corpo humano.
  3. Escultura deixa de ser apenas um elemento decorativo da arquitetura e passa a ter valor por si mesma.
  4. Escultores mais famosos: Andrea Verrochio, Donatello, Miguel Ângelo.

Eis as caraterísticas principais:

  1. Naturalismo e realismo: as figuras são representadas o mais semelhantes possível com a realidade.
  2. Proporcionalidade: as esculturas podem atingir grandes dimensões, mas respeitam sempre as proporções do corpo humano (os “cânones”).
  3. Composições geométricas: as esculturas “inserem-se” em formas geométricas como pirâmides, quadrados ou rectângulos

 

A pintura renascentista

O Renascimento foi um dos períodos mais ricos da pintura na Europa, tendo-se aplicado novas técnicas e novas formas de representação da realidade.

Os principais temas são:

  • Cenas da mitologia.
  • Temas religiosos.
  • Pintura de retratos.

Os principais artistas são:

  • Itália:
    • Leonardo da Vinci.
    • Miguel Ângelo.
  • Flandres:
    • Van Eyck.
    • Jerónimo Bosch.
  • Espanha:
    • El Greco.
  • Alemanha:
    • Durer e Holbein.
  • Portugal:
    • Nuno Gonçalves.

As principais caraterísticas são:

  1. Pintura a óleo.
  2. Perspetiva: representação da terceira dimensão (profundidade).
  3. Técnica do “sfumato”: envolvendo as figuras mais afastadas numa espécie de névoa.
  4. Realismo e naturalidade das figuras.
  5. Proporcionalidade: das formas (aplicação de cânones).

A arte manuelina (Página 69)

Em Portugal, os séculos XV e XVI ficaram marcados pela permanência de formas e modelos da arte gótica. No reinado de D. Manuel I desenvolveu-se, em Portugal, um tipo de decoração arquitetónica, que ficou conhecido por arte manuelina. Elementos decorativos utilizados no Manuelino ligam-se ao contexto dos Descobrimentos e de afirmação do país:

  1. Elementos marítimos: redes, conchas e barcos.
  2. Símbolos nacionais: esfera armilar, cruz da Ordem de Cristo, escudo real.
  3. Elementos naturalistas: raízes, troncos, folhagens.

Os principais edifícios com elementos do Manuelino são:

  1. Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
  2. Torre de Belém, Lisboa.
  3. Convento de Cristo, em Tomar.
  4. Convento de Jesus, em Setúbal.

 

A arte renascentista em Portugal

A arte renascentista em Portugal foi mais tardia, só se desenvolveu no reinado de D. João III (1521-1557).

Alguns dos monumentos mais representativos são:

  1. Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar.
  2. Igreja da Graça, em Évora.
  3. Claustros do Convento de Cristo, em Tomar.
  4. Claustros do Convento da Assunção, em Faro.
  5. Sés de Miranda, Portalegre, Leira.

A pintura e a escultura renascentista:

  1. Pintura: influência de pintores flamengos (Portugal tinha uma feitoria na Flandres).
  2. Escultura e artes decorativas: fortes influências italianas.

A crise na Igreja Católica (página 71)

Durante a Idade Média e até ao século XVI, a Igreja Católica detinha muito poder na Europa. Mas as grandes mudanças que marcaram os séculos XV e XVI também se estenderam à Igreja.

O avanço dos conhecimentos científicos e o espírito crítico de humanistas teve um grande impacto na Igreja:

  • Itália: Savonarola.
  • Inglaterra: João Huss.
  • Europa Central: Erasmo de Roterdão.

 

Estes humanistas criticavam aspetos como:

  1. Constante interferência da Igreja e dos papas em assuntos políticos e económicos.
  2. Atitudes de membros do clero que tinham, muitas vezes, comportamentos pouco dignos para membros da Igreja, levando uma vida imoral, de luxo e corrupção, muito diferente dos princípios religiosos que pregavam.
  3. Falta de vocação e de formação religiosa de alguns membros do clero.

Em 1513, as críticas à Igreja Católica aumentaram com a questão da “Bula das Indulgências:

  • Papa Leão X, para conseguir dinheiro para completar a Capela Sistina, no Vaticano, publicou a dita Bula, documento assinado pelo Papa no qual, em troca de um pagamento, era perdoada a penitência pelos pecados cometidos.

Martinho Lutero e a Reforma Protestante

Em 1517, um monge alemão, Martinho Lutero, afixou, na porta da catedral da sua cidade, Wittemberg, uma lista com:

  • 95 Teses contra as Indulgências”: defendia que cabia a Deus, e não ao Papa, perdoar os pecados.

A reação da Igreja foi imediata:

  • Lutero foi excomungado. Só não foi condenado à morte na fogueira porque conseguiu a proteção de príncipes alemães, que viram nesta atitude de Lutero uma forma de diminuir o poder do Papa.

Lutero estendeu as suas críticas à doutrina e às práticas da Igreja Católica e deu início a um movimento de rutura religiosa, que ficou conhecido por Reforma Protestante:

  • Reforma Protestante: Movimento de reforma da Igreja, iniciado no século XVI por Lutero, que levou à divisão da Igreja Católica Romana, dando origem a novas igrejas cristãs: Luterana, Calvinista e Anglicana.

 

A Igreja Luterana (Página 73)

Os princípios fundamentais são:

  1. Salvação pela fé.
  2. Leitura da Bíblia.
  3. Recusa da autoridade do Papa, cada rei ou príncipe assume-se como chefe religioso do seu território.

Esta nova religião, com o apoio dos príncipes e reis da Europa do Norte e Centro, rapidamente se estendeu para outras regiões.

Em fim do século XVI:

  • Países do Norte e Centro: maioritariamente protestantes.
  • Países do Sul: continuavam católicos.

 

A Igreja Calvinista

Fundada por João Calvino, teve de fugir para Genebra para iniciar a nova doutrina.

Tem aspetos muito semelhantes com a Igreja Luterana, exceto a sua ideia mais forte:

  • Teoria da predestinação: o destino de cada pessoa é definido por Deus, que quer a condenação de algumas pessoas e a salvação de outras.

A Igreja Anglicana

Fundada por Henrique VIII, em 1534, na Inglaterra.

Este rei rompeu com a Santa Sé por razões mais pessoais e económicas do que propriamente religiosas:

  • Papa recusou anular o casamento do rei com a sua primeira esposa. Henrique VIII, desrespeitando a decisão do Papa, voltou-se a casar e fez aprovar, no Parlamento Inglês, o Ato de Supremacia (1534), ou seja, o rei passou a ser o chefe da Igreja inglesa, independente de Roma.

Os seus princípios são semelhantes aos do catolicismo, dando origem a confrontos entre católicos e protestantes.

A Reforma Católica (Página 75)

Face ao avanço do protestantismo, a Igreja Católica iniciou um movimento de renovação interna, a Reforma Católica, mas também de combate às ideias protestantes, a Contrarreforma.

Entre 1545 e 1563, o Papa reuniu um concílio na cidade italiana de Trento para analisar as críticas que eram feitas à Igreja Católica. Assim, no Concílio de Trento, não foram tomadas grandes alterações:

  1. Foram reafirmados os dogmas (verdades indiscutíveis) da fé católica.
  2. Reforçado o culto aos santos e à Virgem Maria.
  3. Mantiveram-se os 7 sacramentos.

Medidas para reformar os costumes do clero:

  1. Seminários para a formação dos membros do clero.
  2. Proibiu-se a acumulação de cargos religiosos.
  3. Bispos e sacerdotes foram obrigados a residirem nas suas dioceses e paróquias.
  4. Manteve-se a exigência do celibato.
  5. Construíram e renovaram igrejas com decorações ricas e faustosas, para cativarem os fiéis.

Para reforçar estas medidas, foram criadas novas ordens religiosas:

  1. Companhia de Jesus (1540 – Jesuítas): jesuítas dedicavam-se à pregação e ao ensino, tendo desenvolvido um importante papel na evangelização dos povos ameríndios e asiáticos.

 

A Contrarreforma

Para travar o avanço do protestantismo, a Igreja Católica desenvolveu um movimento de Contrarreforma, que ficou marcado pela reativação e reforço dos poderes da Inquisição e pela criação do Index.

  1. A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício (já existia desde o século XII): tribunal eclesiástico, cuja função era julgar os acusados de práticas de bruxaria, judaísmo e protestantismo. Quando condenadas, eram geralmente mortas na fogueira, em cerimónias conhecidas como autos de fé.
  2. Index: controlo da cultura. Censura e proibição de leituras consideradas contrárias à religião.

A ação da inquisição em Portugal (Página 77)

Portugal e Espanha tinham uma situação social e religiosa diferente dos países do Centro e Norte da Europa. Eis os motivos:

  1. A Inquisição pretendia lutar contra todas as heresias e manter a pureza da fé católica.
  2. Protestantismo teve fraca implantação na Península Ibérica.
  3. Os principais alvos da inquisição aqui foram: judeus, muçulmanos e cristãos-novos.
  4. Judeus/mouros:
    1. Expulsos de Espanha pelos Reis Católicos em 1492.
    2. Expulsos de Portugal em 1496. No entanto, os que não abandonaram o país:
      1. foram obrigados a batizarem-se e a converterem-se ao cristianismo, passando a ser cristãos-novos.
      2. Ficaram isolados em judiarias (tal como acontecia desde a reconquista com os mouros, isolados nas mourarias).
  • Controlados e perseguidos pela Inquisição (reativada por D. João III em 1536)
  1. Cristãos-novos:
    1. Não eram bem aceites por uma parte da nobreza e da burguesia, que viam neles fortes rivais no comércio.
    2. A população em geral considerava-os hereges, que viviam do empréstimo de dinheiro a juro.
    3. Por motivos religiosos, ideológicos ou intelectuais, muitas foram as razões que levaram à condenação de cristãos-novos pela Inquisição e à sua execução, em aparatosas cerimónias de autos-de-fé.

O controlo da Cultura

A perseguição não se limitou aos comerciantes. Muitos intelectuais e artistas portugueses aderiram ao Humanismo e desenvolveram conhecimentos científicos que afrontavam as ideias estabelecidas pela Igreja, tendo muitos de fugir para países protestantes.

A cultura em Portugal foi muito afetada pela ação do Índex e da censura inquisitorial.

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