D2 – A Crise económica e os conflitos sociais (século XIV)

Posted: May 4, 2014 in Uncategorized
A crise económica na Europa
Depois do sucesso nos séculos XII e XIII, o século XIV trouxe uma realidade oposta:
 
  1. Alterações climatéricas: prejudica a produção de alimentos e colheitas.
  2. Carência de alimentos e fome.
  3. Crise económica.
  4. Rendimentos diminuíram.
  5. Dificuldades de sobrevivência.
  6. Pressão dos senhores.
    • Originou revoltas populares.
A peste negra e a guerra dos Cem Anos
A chegada da peste negra à Europa, a partir de 1347, agravou este cenário de crise:
  • Transmitida pelas pulgas dos ratos que viajavam a bordo de barcos.
  • Transmitiu-se rapidamente.
  • Morreu cerca de 1/3 da população da Europa, o que provocou uma quebra demográfica.

Neste contexto de crise, as rivalidades entre os reinos europeus agudizavam-se, pois os reis dIVisputavam mais violentamente recursos e territórios. O mais grave foi a a Guerra dos 100 anos (1337-1453) entre França e Inglaterra.

A crise de 1383 e a formação da identidade nacional

Os efeitos da crise europeia em Portugal

Os efeitos da peste negra em Portugal foram tremendos (1348):

  • Trabalhos agrícolas eram abandonados.
  • Agravou-se a carência de alimentos.

Os reis tentaram:

  • D. Afonso IV promulgou as Leis do Trabalho (1349).
  • D. Fernando aprovou a Lei das Sesmarias (1375).

Ambas as medidas pretendiam obrigar os trabalhadores agrícolas a voltar aos campos e estabeleciam (tabelavam) os salários que deveriam ser pagos.

A implementação destas leis foi difícil e a guerra com Castela (Guerras Fernandinas) agravaria a crise em Portugal. Surgiram desvalorizações da moeda, ou seja, os produtos eram caros e a moeda era fraca.

A crise de sucessão ao trono

A guerra com Castela saldou-se em várias derrotas, a última das quais levou D. Fernando a assinar, a 2 de abril de 1383, o Tratado de Salvaterra de Magos:
  • Tratado fazia casar D. Beatriz, única herdeira de D. Fernando, com o rei de Castela. A coroa portuguesa seria depois herdade pelo filho de ambos, logo que fizesse 14 anos.
  • Num futuro próximo, Portugal e Castela passariam a ter o mesmo rei.

Revelou-se muito impopular entre as camadas populares e a burguesia.

Quando D. Leonor de Teles torna-se regente, aclamou D. Beatriz (filha) como rainha de Portugal, posição apoiada pela grande nobreza e alto clero.

Em Lisboa, a aclamação de D. Beatriz provocou protestos. Um meio-irmão do falecido rei D. Fernando, chamado D. João, mestre de Avis, tornou-se a esperança dos descontentes:

  • Instigado pelos seus apoiantes, D. João matou o Conde Andeiro, o principal executante da política pró-castelhana da regente (6/12/1383).
  • Estava consumada a crise de sucessão em Portugal.

 

A Batalha de Aljubarrota

Alguns meses depois das Cortes de Coimbra, o exército castelhano invadiu novamente Portugal:

  • Derrotados na Batalha de Trancoso (8 de junho de 1385), os castelhanos dirigiram-se de novo para Lisboa.

Novamente comandadas por D. Nuno Álvares Pereira, as forças portuguesas atraíram o invasor a Aljubarrota:

  • 14 de Agosto de 1385:
    • Terreno estreito, desfavorável à imensa força castelhana.
    • Ajuda de arqueiros ingleses.
    • Armadilhas no terreno («covas de lobo»).

A vitória nesta batalha foi decisiva e a independência salva.

Uma nova era histórica

Com D. João I (nova Dinastia de Avis), o rei português casou-se com D. Filipa de Lencastre, encontrando na Inglaterra um apoio externo contra Castela e França.

Para assegurar o poder recém conquistado, o novo rei confiscou terras e bens aos poderosos que haviam apoiado Castela, entregando-a aos seus apoiantes, de condição social inferior, cobrindo-os de honras e promovendo-os à condição de nobres.

Ao povo, D. João I concedeu reuniões frequentes das Cortes, nas quais ouvia as suas queixas.

Para comemorar a vitória em Aljubarrota, D. João I mandou contruir, na Batalha, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória.

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