C1.1 O Império Colonial português do século XVIII
Nos séculos XVII e XVIII, Portugal explorou os recursos naturais dos territórios atlânticos:
- Algodão.
- Tabaco.
- Café.
- Açúcar.
- Diamantes.
- Malagueta.
- Especiarias.
- Marfim.
- Escravos.
- Ouro.
Brasil – a maior fonte de riqueza do Reino
Entre 1600 e 1650, o açúcar e o tabaco brasileiros desempenharam um papel fundamental na economia portuguesa.
Açúcar:
- Cultivado em vastas plantações.
- Requer muito esforço e mão de obra.
- Transformação do açúcar é realizado nos engenhos:
- Casa Grande: onde mora o senhor do engenho com a família.
- Sanzala: onde viviam os escravos.
A partir de 1650, o preço do tabaco e do açúcar baixou nos mercados estrangeiros, sobretudo devido à concorrência holandesa.
O Ouro e as pedras preciosas
No final do século XVII, alguns colonos começaram a organizar expedições para o interior do Brasil em busca de metais e pedras preciosas. A esses grupos de homens chamaram bandeirantes.
No reinado de D. João V, chegaram a Portugal muitas toneladas de ouro (fundidas e transformadas em barras). O rei tinha direito a 1/5 de todo o ouro extraído.
Os movimentos migratórios e o tráfico de escravos
Os lucros provenientes da exploração das riquezas do Brasil tornaram este território muito procurado pela emigração portuguesa.
As plantações de tabaco e açúcar e, mais tarde, a extracção de ouro e pedras preciosas exigiam muita mão de obra:
- Os índios brasileiros não se adaptavam aos trabalhos mais duros e o número de mortes era elevado, devido às doenças transmitidas pelos colonos brancos.
- Portugueses passam a transportar grandes quantidades de escravos negros provenientes de África:
- Angola.
- Guiné.
- São Tomé e Príncipe.
- Moçambique.
- Portugueses passam a transportar grandes quantidades de escravos negros provenientes de África:
A vida dos escravos era constantemente vigiada pelos capatazes, homens de confiança dos senhores. Os que fugiam e eram apanhados ficavam sujeitos a chicotadas e muitos pagavam a sua audácia com a morte.
C1.2 O tempo das monarquias absolutas
As riquezas provenientes do comércio ultramarino com o Oriente, e principalmente com o Brasil, possibilitaram a alguns reis portugueses tomar sozinhos todo o governo do Reino.
Os reis tornaram-se a autoridade máxima do País. Deixaram de convocar Cortes.
Monarquia absoluta
Monarquia absoluta: alguns monarcas passaram a governar como reis absolutos, fazendo depender das suas ordens todos os seus súbditos.
No reinado de D. João V, as remessas de ouro não pararam de aumentar: passou a mostrar a sua riqueza através do luxo de que se rodeou.
O luxo e a ostentação no reinado de D. João V
- Palácios ou paços reais.
- Paredes com tapeçarias, quadros, espelhos e reposteiros.
- Interior:
- Ricas porcelanas das Índias.
- Muitos objetos de prata.
- Requintadas peças de mobiliário (Oriente) de madeiras exóticas e finamente trabalhadas.
- Terraços e escadarias:
- Painéis de azulejo: cenas da vida da Corte, caçadas e paisagens.
- Festas e banquetes:
- jantar tinha 8 pratos.
- Bailes.
- Concertos.
- Jogos de salão.
- Representações teatrais.
- Sessões de música.
- Sessões de canto.
- Sessões de poesia.
- Uso do café.
- Uso do Rapé (tabaco moído)
- Passeios e festas ao ar livre:
- Touradas.
- Caçadas.
- Ópera.
- Carruagens:
- Seges (carruagem alta de duas rodas).
- Berlindas (carruagem leve, rápida, de quatro rodas).
- Liteiras (para percursos mais pequenos)
As grandes obras arquitectónicas
Edifícios que se destacam:
- Convento e Palácio de Mafra.
- Aqueduto das Águas livres.
- Biblioteca da Universidade de Coimbra.
- João V contratou artistas estrangeiros que introduziram em Portugal a arte barroca:
- Exagero de formas.
- Uso de linhas curvas.
- Decoração exuberante e luxuosa.
- Interiores das igrejas:
- Talha dourada (madeira trabalhada e coberta com folha de ouro).
- Painéis de azulejos pintados.
- Materiais nobres como o mármore.
A sociedade e os costumes
Nos séculos XVII e XVIII, a sociedade portuguesa mantinha-se dividida em 3 grupos sociais:
- Nobreza:
- Grupo mais privilegiado.
- Vive das receitas provenientes das suas propriedades.
- Palácios (ou solares) eram luxuosamente decorados.
- Ofereciam banquetes e festas.
- Exagero de adereços.
- Clero:
- Grupo social rico e de prestígio.
- Ouro permite a construção de novos edifícios religiosos e interior é decorado com talha dourada.
- Ensino.
- Assistência a pobres.
- Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição:
- perseguem os cristãos-novos, isto é, os judeus que tinham sido forçados a converter-se à fé católica, acusando-os de continuarem a praticar o Judaísmo.
- Julgam crimes de bruxarias.
- Julgam costumes considerados imorais.
- Povo:
- Dedica-se fundamentalmente à agricultura de sobrevivência.
- Pagavam pesados impostos, quer ao rei, quer aos donos das terras que cultivava.
- Trabalhos domésticos em casas ricas.
- Vendedores ambulantes.
- Artesãos.
- Burguesia:
- Enriquece com os negócios ultramarinos (Lisboa e Porto sobretudo).
- Mesmo os burgueses mais ricos, não tinham acesso às casas e festas da nobreza.
O reinado de D. José I e a tragédia de 1755
A crise económica
Em meados do século XVIII, as remessas de ouro proveniente do Brasil começaram a diminuir.
Quando D. José I sobe ao trono, o país já está em crise económica:
- Importava-se quase tudo do estrangeiro.
- A agricultura e a indústria estavam pouco desenvolvidas, com uma produção reduzida e sem qualidade.
- As exportações de açúcar, tabaco, vinho e sal tinham baixado.
Sem o ouro que o pai gastou, decidiu nomear para seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo – marquês de Pombal.
O terramoto de 1755
No dia 1 de Novembro de 1755, um violento terramoto atingiu Portugal, o que veio agravar a já frágil situação financeira do País.
O forte abalo de terra, seguido de uma onda gigante (maremoto), destruiu a maior parte do centro da capital:
- Pessoas ficam soterradas.
- Incêndios.
- Grupos de salteadores iniciam pilhagens e criam ambiente de terror.
- Principais edifícios vão ruir.
Marquês de Pombal foi mandar socorrer as vítimas, enterrar os mortos e castigar os que eram apanhados a roubar.
Lisboa Pombalina
- Ruas largas, perpendiculares umas às outras, com passeios e esgotos.
- Os edifícios obedeciam todos às mesmas medidas e com fachadas iguais.
- Sistema de construção em gaiola, utilizado no interior das habitações, que permitiu uma maior resistência a sismos.
- Reconstrução do Terreiro do Paço (actual Praça do Comércio), que se transformou numa praça ampla e aberta ao rio.
As reformas do marquês de Pombal
Apoiado pelo rei, o marquês empreendeu uma série de reformas com o objectivo de melhorar a situação económica, desenvolver as actividades produtivas e modernizar o País.
Reformas económicas
- Novas indústrias, para não depender tanto da importação de produtos estrangeiros:
- Cutelarias.
- Louças.
- Lanifícios.
- Papel.
- Vidros
- Chapéus.
- Relógios.
- Sabões.
- Sedas.
- Protegeu a agricultura.
- Protegeu a pesca.
- Protegeu a actividade comercial:
- Companhias monopolistas de comércio: destaque para a Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Alto Douro.
Reformas sociais e do ensino
Tomou medidas de reforço do poder do rei, que implicaram retirar privilégios aos nobres e ao clero.
- Descontentes, algumas famílias nobres reagiram mas foram reprimidas, retirados todos os seus bens e até executadas.
- Igreja viu a expulsão do País da Companhia de Jesus e a redução do poder da Inquisição.
- Protegeu os membros da burguesia:
- Cargos de confiança, incentivou-os a investir e prestigiou as suas atividades comerciais, declarando-os nobres.
- Ensino, que estava nas mãos dos Jesuítas, passa a ser realizado em escolas públicas criadas por Pombal.
- Ensino universitário.
- Criação do Colégio dos Nobres: destinado a preparar os jovens da Nobreza para cargos do Estado.