C1 – Portugal no século XVIII

Posted: May 4, 2014 in Uncategorized

C1.1 O Império Colonial português do século XVIII

Nos séculos XVII e XVIII, Portugal explorou os recursos naturais dos territórios atlânticos:

  • Algodão.
  • Tabaco.
  • Café.
  • Açúcar.
  • Diamantes.
  • Malagueta.
  • Especiarias.
  • Marfim.
  • Escravos.
  • Ouro.

 

Brasil – a maior fonte de riqueza do Reino

Entre 1600 e 1650, o açúcar e o tabaco brasileiros desempenharam um papel fundamental na economia portuguesa.

Açúcar:

  • Cultivado em vastas plantações.
  • Requer muito esforço e mão de obra.
  • Transformação do açúcar é realizado nos engenhos:
    • Casa Grande: onde mora o senhor do engenho com a família.
    • Sanzala: onde viviam os escravos.

A partir de 1650, o preço do tabaco e do açúcar baixou nos mercados estrangeiros, sobretudo devido à concorrência holandesa.

O Ouro e as pedras preciosas

No final do século XVII, alguns colonos começaram a organizar expedições para o interior do Brasil em busca de metais e pedras preciosas. A esses grupos de homens chamaram bandeirantes.

No reinado de D. João V, chegaram a Portugal muitas toneladas de ouro (fundidas e transformadas em barras). O rei tinha direito a 1/5 de todo o ouro extraído.

Os movimentos migratórios e o tráfico de escravos

Os lucros provenientes da exploração das riquezas do Brasil tornaram este território muito procurado pela emigração portuguesa.

As plantações de tabaco e açúcar e, mais tarde, a extracção de ouro e pedras preciosas exigiam muita mão de obra:

  • Os índios brasileiros não se adaptavam aos trabalhos mais duros e o número de mortes era elevado, devido às doenças transmitidas pelos colonos brancos.
    • Portugueses passam a transportar grandes quantidades de escravos negros provenientes de África:
      • Angola.
      • Guiné.
      • São Tomé e Príncipe.
      • Moçambique.

A vida dos escravos era constantemente vigiada pelos capatazes, homens de confiança dos senhores. Os que fugiam e eram apanhados ficavam sujeitos a chicotadas e muitos pagavam a sua audácia com a morte.

C1.2 O tempo das monarquias absolutas

As riquezas provenientes do comércio ultramarino com o Oriente, e principalmente com o Brasil, possibilitaram a alguns reis portugueses tomar sozinhos todo o governo do Reino.

Os reis tornaram-se a autoridade máxima do País. Deixaram de convocar Cortes.

 

Monarquia absoluta

Monarquia absoluta: alguns monarcas passaram a governar como reis absolutos, fazendo depender das suas ordens todos os seus súbditos.

No reinado de D. João V, as remessas de ouro não pararam de aumentar: passou a mostrar a sua riqueza através do luxo de que se rodeou.

O luxo e a ostentação no reinado de D. João V

  1. Palácios ou paços reais.
  2. Paredes com tapeçarias, quadros, espelhos e reposteiros.
  3. Interior:
    1. Ricas porcelanas das Índias.
    2. Muitos objetos de prata.
    3. Requintadas peças de mobiliário (Oriente) de madeiras exóticas e finamente trabalhadas.
  4. Terraços e escadarias:
    1. Painéis de azulejo: cenas da vida da Corte, caçadas e paisagens.
  5. Festas e banquetes:
    1. jantar tinha 8 pratos.
    2. Bailes.
    3. Concertos.
    4. Jogos de salão.
    5. Representações teatrais.
    6. Sessões de música.
    7. Sessões de canto.
    8. Sessões de poesia.
    9. Uso do café.
    10. Uso do Rapé (tabaco moído)
  6. Passeios e festas ao ar livre:
    1. Touradas.
    2. Caçadas.
    3. Ópera.
  7. Carruagens:
    1. Seges (carruagem alta de duas rodas).
    2. Berlindas (carruagem leve, rápida, de quatro rodas).
    3. Liteiras (para percursos mais pequenos)

As grandes obras arquitectónicas

Edifícios que se destacam:

  • Convento e Palácio de Mafra.
  • Aqueduto das Águas livres.
  • Biblioteca da Universidade de Coimbra.
  1. João V contratou artistas estrangeiros que introduziram em Portugal a arte barroca:
  • Exagero de formas.
  • Uso de linhas curvas.
  • Decoração exuberante e luxuosa.
  • Interiores das igrejas:
    • Talha dourada (madeira trabalhada e coberta com folha de ouro).
    • Painéis de azulejos pintados.
    • Materiais nobres como o mármore.

A sociedade e os costumes

Nos séculos XVII e XVIII, a sociedade portuguesa mantinha-se dividida em 3 grupos sociais:

  • Nobreza:
    • Grupo mais privilegiado.
    • Vive das receitas provenientes das suas propriedades.
    • Palácios (ou solares) eram luxuosamente decorados.
    • Ofereciam banquetes e festas.
    • Exagero de adereços.
  • Clero:
    • Grupo social rico e de prestígio.
    • Ouro permite a construção de novos edifícios religiosos e interior é decorado com talha dourada.
    • Ensino.
    • Assistência a pobres.
    • Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição:
      • perseguem os cristãos-novos, isto é, os judeus que tinham sido forçados a converter-se à fé católica, acusando-os de continuarem a praticar o Judaísmo.
      • Julgam crimes de bruxarias.
      • Julgam costumes considerados imorais.
    • Povo:
      • Dedica-se fundamentalmente à agricultura de sobrevivência.
      • Pagavam pesados impostos, quer ao rei, quer aos donos das terras que cultivava.
      • Trabalhos domésticos em casas ricas.
      • Vendedores ambulantes.
      • Artesãos.
  • Burguesia:
    • Enriquece com os negócios ultramarinos (Lisboa e Porto sobretudo).
    • Mesmo os burgueses mais ricos, não tinham acesso às casas e festas da nobreza.

O reinado de D. José I e a tragédia de 1755

A crise económica

Em meados do século XVIII, as remessas de ouro proveniente do Brasil começaram a diminuir.

Quando D. José I sobe ao trono, o país já está em crise económica:

  • Importava-se quase tudo do estrangeiro.
  • A agricultura e a indústria estavam pouco desenvolvidas, com uma produção reduzida e sem qualidade.
  • As exportações de açúcar, tabaco, vinho e sal tinham baixado.

Sem o ouro que o pai gastou, decidiu nomear para seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo – marquês de Pombal.

O terramoto de 1755

No dia 1 de Novembro de 1755, um violento terramoto atingiu Portugal, o que veio agravar a já frágil situação financeira do País.

O forte abalo de terra, seguido de uma onda gigante (maremoto), destruiu a maior parte do centro da capital:

  • Pessoas ficam soterradas.
  • Incêndios.
  • Grupos de salteadores iniciam pilhagens e criam ambiente de terror.
  • Principais edifícios vão ruir.

Marquês de Pombal foi mandar socorrer as vítimas, enterrar os mortos e castigar os que eram apanhados a roubar.

Lisboa Pombalina

  • Ruas largas, perpendiculares umas às outras, com passeios e esgotos.
  • Os edifícios obedeciam todos às mesmas medidas e com fachadas iguais.
  • Sistema de construção em gaiola, utilizado no interior das habitações, que permitiu uma maior resistência a sismos.
  • Reconstrução do Terreiro do Paço (actual Praça do Comércio), que se transformou numa praça ampla e aberta ao rio.

 

As reformas do marquês de Pombal

Apoiado pelo rei, o marquês empreendeu uma série de reformas com o objectivo de melhorar a situação económica, desenvolver as actividades produtivas e modernizar o País.

Reformas económicas

  • Novas indústrias, para não depender tanto da importação de produtos estrangeiros:
    • Cutelarias.
    • Louças.
    • Lanifícios.
    • Papel.
    • Vidros
    • Chapéus.
    • Relógios.
    • Sabões.
    • Sedas.
  • Protegeu a agricultura.
  • Protegeu a pesca.
  • Protegeu a actividade comercial:
    • Companhias monopolistas de comércio: destaque para a Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Alto Douro.

 

Reformas sociais e do ensino

Tomou medidas de reforço do poder do rei, que implicaram retirar privilégios aos nobres e ao clero.

  • Descontentes, algumas famílias nobres reagiram mas foram reprimidas, retirados todos os seus bens e até executadas.
  • Igreja viu a expulsão do País da Companhia de Jesus e a redução do poder da Inquisição.
  • Protegeu os membros da burguesia:
    • Cargos de confiança, incentivou-os a investir e prestigiou as suas atividades comerciais, declarando-os nobres.
  • Ensino, que estava nas mãos dos Jesuítas, passa a ser realizado em escolas públicas criadas por Pombal.
  • Ensino universitário.
  • Criação do Colégio dos Nobres: destinado a preparar os jovens da Nobreza para cargos do Estado.

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